Ponyo, arte sem barreiras

As expectativas estão altíssimas. Sou um grande admirador Hayao Miyazaki, criador de Ponyo e um dos maiores ícones da animação japonesa. Mononoke-hime marca o meu imaginário no final da minha infância. Mais recentes, Sen to Chihiro no kamikakushi (Spirited Away) e Hauru no ugoku shiro (Howl’s Moving Castle) são igualmente duas propostas brilhantes de fuga para um espaço onde o sonho, o afecto e a imaginação não têm fronteiras.
O olhar de Miyazaki parece ter um entendimento muito próprio e profundo da realidade, o que devolve às suas criações uma calma harmonia.

Miyazaki consegue, mais uma vez, surpreender-me. Em Ponyo há um regresso à linha simples de desenho. E é assim que compreendemos que a genialidade não está na minuciosa qualidade do desenho, mas sim no movimento, perspectiva e luz, assim como na expressão e atitude das personagens. Em Ponyo somos levados a reviver o mundo, porventura, inocente, seguro e colorido da nossa infância, e também a trazê-lo para as nossas vidas. A simplicidade e o claro entendimento do argumento e do comportamento das personagens devolve-nos esse mesmo desafio.
Um filme para fantasistas de todas as idades.

(17/20)

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