O olhar de Mia Couto

Não me recordo de um outro autor do qual tenha lido tantas obras como Mia Couto.
O meu fascínio por África também não é recente, sempre me acompanhou. Creio que é, sobretudo, esta sede e identificação com a escrita de Mia que me faz sempre voltar às suas criações. O misticismo que Mia cultiva nas suas obras, ora desafiando as crenças populares ora desejando essa outra dimensão, não me é estranho ou alheio.

A escrita de Mia tem peso. Molda-se ao nosso pensamento. Dá sentido. Escrever é dar sentido. É sentir. Os factos não chegam. A escrita de Mia tem o mesmo ritmo que o enredo e acompanha a nossa leitura. Não recordo iniciar um livro de Mia Couto sem ficar perdido no tempo, profundamente embrenhado nas suas palavras. Esta mestria é só possível por, antes de mais, Mia Couto ser um bestial pensador. As ideias fumegam. Contudo, Mia pinta os pensamentos com cores próprias e símbolos e devolve-os com grande simplicidade ao leitor.

Enfim, com Mia Couto já vamos sabendo que, consciencializados das nossas raízes e da arte própria, o importante é que não existam barreiras.

Para quem pretende iniciar uma viagem pelo mundo de Mia Couto aqui ficam algumas sugestões:


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