Não se pode falar da história das Frádigas sem falar na Liga e do seu papel no desenvolvimento da aldeia. A Liga foi fundada em 1962 entre um jogo de sueca e umas cervejas numa casa do Casal Ventoso em Lisboa. Foi criada com a finalidade de proporcionar às Frádigas, as condições que mais necessitava. Convém lembrar que nos anos 60, as Frádigas, eram um “buraco” no vale, onde não chegava a estrada, a luz e onde as crianças caminhavam vários quilómetros todos os dias, à chuva e à neve, para irem à escola. Pouco a pouco, com o empenho fervoroso dos sócios, tudo isso foi conseguido...
A electricidade:
A
chegada da "luz eléctrica" às Frádigas veio trazer uma grande melhoria na qualidade
de vida da sua população.
Apesar da luz, vale a pena apagar todas as luzes
e deixar-se ser iluminado nas noites de Verão por um céu maravilhoso onde todas
as estrelas decidem participar.
A Estrada:
Logo após a revolução de 25 de Abril, um grupo de sócios contactou o poder local para construção da via de acesso que ligasse as Frádigas à estrada nacional (ENxxx). Foi então disponibilizada uma máquina para abrir na serra a tão desejada estrada. Além das dificuldades naturais, surgiram outros imprevistos. Na aldeia vizinha, a Barriosa, os sinos tocaram a rebate e o povo saiu para a rua decidido a não deixar passar a máquina nos seus terrenos e assim inviabilizar o acesso para as Frádigas. Deu-se até o caso de uma senhora da Barriosa que se deitou à frente da máquina. Mas a máquina avançou contra tudo e contra todos (a senhora lá teve que se desviar) e pelo caminho abriu um campo de futebol. Foi alcatroada anos depois e hoje liga outras aldeias das redondezas e está orgulhosamente sinalizada nos mapas das estradas de Portugal.
A escola – Posto escolar:
Para colmatar o problema dos alunos de Frádigas que eram obrigados a percorrer grandes distâncias a pé, em condições no mínimo perigosas, atravessavam a ribeira em dias de cheia (Conta-se que um dos alunos caiu ao rio e morreu.) Foi criada o posto escolar misto das Frádigas. Primeiro em casa de um dos habitantes, depois no lugar onde hoje é o salão e só depois a Liga conseguiu que fosse construída a escola. Várias vezes ameaçada a fechar por falta de alunos, os Fradiguenses viam-se obrigados a “importar” alunos de Lisboa mas apesar do esforço, a escola acabou por fechar e hoje jaz abandonada no topo da Aldeia guardando a memória dos professores e de todos os alunos que por lá passaram.
Salão:
Construído com o dinheiro dos sócios no local que foi a escola de muitos Fadiguenses. Quando a escola mudou de instalações, o salão servia apenas como arrecadação e o seu estado era tal que ameaçava ruir. Nos anos 90, foi recuperado e hoje é um espaço com dois quartos e um salão térreo que serve de palco a vários eventos organizados pela L.A.F. Pode ser alugado por módicas quantias.
Pavilhão de Lisboa:
Foi construído com o dinheiro dos sócios no Alvito, em Lisboa. Este pavilhão tinha a finalidade de servir os fradiguenses em festas e outros eventos organizados longe da sua terra natal.
O Bar e o Largo da Fonte:
Era necessário um local para a realização da festa que reunisse todos os fradiguenses e não fradiguenses, para isso foi criado o Largo da Fonte e posteriormente o Bar. Estão em decurso obras de reabilitação do espaço e brevemente teremos um largo mais largo e um bar mais bar.
Projectos Futuros:
A
Liga está envolvida em projectos para o futuro como a construção de uma praia
fluvial, e da reconstrução do moinho da broca.
Hoje a Liga conta com cerca de 300 sócios e continua
a organizar festas e outros eventos que possibilitem a recolha de fundos para
a sua constante luta em prol do bem estar de todos os Fradiguenses.
© Zelincú & Escarabatafuncho Productions 2002